As crises e as possibilidades

Crise

Há, no senso comum, a ideia de que a crise é ruim, ou de que ela seja o resultado de um processo importante que não deu certo. Associa-se crise à fracasso.
Eu, ao contrário, gosto de pensar nos momentos de crise com uma perspectiva um pouco mais positiva, apesar de saber que passar pela crise é extremamente desconfortável.


Gosto de pensar que crise é tempo de possibilidades. É possível corrigir os erros e os processos, ser mais profundo, analisar a própria existência sob uma perspectiva menos superficial, menos interesseira, mais humana, mais espiritual.

É possível viver uma vida diferente, e não apenas passar por ela existindo.
Às vezes refletimos isso espontaneamente, enquanto rezamos ou caminhamos pela rua, quando amamos ou estamos começando um novo projeto.
Mas muitas vezes, nós só nos colocamos em questão por causa da dor. O desconforto que a dor provoca nos sensibiliza e nos abre para refletir a vida de maneira mais profunda, e, por isso, mais sincera. E os frutos destas reflexões são as novas possibilidades!


Portanto, crise é tempo de possibilidade!


A dor da crise nos coloca em uma condição vulnerável. Nossas certezas são tocadas, nossos resultados questionados e nosso propósito parece enfraquecer. A dúvida pode ser, por vezes, angustiante. Temos dificuldade de projetar o futuro e pensamos que não vamos aguentar viver assim pra sempre. Como temos dificuldade de lidar com a própria vulnerabilidade! Como nossas fraquezas (que na verdade são nossa maior riqueza) nos assustam!


Reconhecer-se vulneráveis é bom!

Somos despidos – às vezes forçadamente – das máscaras que assumimos como nossa própria identidade. Caem por terra o orgulho, a vaidade, as seguranças, e sobram… o que somos. Ou o que nos tornamos. Somos obrigados a nos encarar e isso às vezes pode ser bem constrangedor. Queremos fugir, mas estamos vulneráveis.

A única coisa que nos resta, então, é mudar. Por isso a crise é tempo de possibilidades.
Fato é que nunca saímos iguais de um tempo de crise. Mas podemos sair melhores! E isso depende – e muito – da nossa capacidade de fazer escolhas, de criar possibilidades.


Às vezes é necessário pedir ajuda, e não há problema algum nisso, pelo contrário! Pedir ajuda muitas vezes é sinal de grandeza por causa da coragem escondida nesse ato. Se não está aguentando, peça ajuda.

Só não deixe que passem as possibilidades, pois, como diz meu amigo Santo Agostinho:

“eu tenho medo da graça que passa”!

Por Marina Helena.
Teóloga, logoterapeuta, mestranda em Psicologia, especialista em Conscientização e Espiritualidade.

Atua há mais de 15 anos na formação humana e espiritual de jovens e adultos, conduzindo-os a um caminho de autoconhecimento e amadurecimento pessoal.

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