Deus está calmo!

Deus está calmo!

Essa frase, que frequentemente a leio no Instagram da Thayna Libanio sempre me tocou profundamente.

Para mim soa estranhamente diferente, talvez, algo divinamente humano demais. Um atributo tão comum, uma necessidade tão cotidiana, uma disposição do espírito que, no entanto, facilmente perdemos.

Por motivos mais sérios ou não, as vezes, por querelas, a perdemos. Um estado de espírito tão comum atribuído a Deus, serenidade – Ele está calmo.

Soa quase herético. Afinal, Deus poderia não estar calmo? Claro que não, ora! Mesmo irado, ele está, solenemente, calmo!

Ele sempre sabe o que está fazendo. Tudo realiza com ordem e harmonia.

Uma das cenas dos Evangelhos, que mais me admira e me faz, quase, perder a respiração, é a cura do cego Bartimeu.

Não é a cura em si que me impressiona, mesmo sendo algo incrível e comovente, mas o contexto temporal da vida de Bartimeu e da vida de Jesus de Nazaré.

O evangelho diz que Bartimeu era cego há 18 anos. E há 18 anos, estava sentado à beira do caminho para Jerusalém. Detalhes da sagrada escritura. Jesus, no entanto, começa sua vida pública aos 30 anos! E você, que chegou até aqui na leitura, o que já é algo surpreendente nos tempos de fotos e vídeos com mensagens rápidas, pode se perguntar:

O que uma coisa tem a ver com a outra? Pois bem, abrirei a porta da adega, entre e beba do melhor vinho.

Jesus aos 12 anos vai a Jerusalém com seus pais, é lá que acontece algo extraordinário: Maria e José, ao reencontrarem o menino no templo, fazem a seguinte pergunta: Onde estavas?

O Menino Jesus responde, deixando escapar sua verdadeira identidade: “Cuidando das coisas do meu Pai”.

Jesus no templo.

Essa resposta revela que Jesus aos 12 anos já tem consciência da sua natureza divina. Ele sabe que tem o poder de curar um cego ou criar mais um Sol se quiser.

Todo judeu, a partir dos 12 anos ia para Jerusalém, pelo menos 3 vezes ao ano (Festa das tendas, Pentecostes e a Pascoa).

Resumindo, Jesus de Nazaré foi para Jerusalém, pelo menos 54x, e passou ao lado de Bartimeu, pelo menos 108x, sabia que podia curá-lo mas não o fez.

Quando penso nisso, fico extasiado contemplando a calma de Deus.

Imaginem agora, desde que Bartimeu se tornou cego, Jesus começou a ir para Jerusalém. Provavelmente o Mestre passava do lado de Bartimeu na ida e na volta. Olhava para ele, sentia compaixão e amava-o.

Jesus sabia que podia curá-lo, mas não o fazia. Jesus não teve pressa. Não se agitou. Não ficou ansioso. Ele estava calmo. Sereno. Sabendo que tudo tinha sua hora.

Assim como preto é a palavra antagônica de branco, podemos afirmar que pressa e ansiedade são palavras antagônicas de Deus.

Chega, então o momento de curar Bartimeu, Jesus olha para o cego e pergunta: “o que querem que eu te faça?” “Senhor, que eu veja”. Respondeu o cego. O Homem-Deus concluiu tão esperado dialogo: “vai, tua fé te salvou”. MC 10, 50-52

Ele tudo tem em suas mãos e realiza todas as coisas com ordem e harmonia.

DEUS ESTÁ CALMO!

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